terça-feira, junho 27, 2006

Na Cadeia

"Na cadeia os bandidos presos!
O seu ar de contemplativos!
Que é das flores de olhos acesos?!
Pobres dos seus olhos cativos.

Passeiam mudos entre as grades,
Parecem peixes num aquário.
- Campo florido das Saudades,
Porque rebentas tumultuário?

Serenos... Serenos... Serenos...
Trouxe-os algemados a escolta.
- Estranha taça de venenos
Meu coração sempre em revolta.

Coração, quietinho... quietinho...
Porque te insurges e blasfemas?
Pschiu... Não batas... Devagarinho...
Olha os soldados, as algemas!"


Camilo Pessanha, “Clepsidra”, 1989

quarta-feira, junho 21, 2006

Portugal no seu melhor, uma vez mais!

Portugal venceu… Angola, Irão e México derrotados pelos bimbos futebolísticos. O ego está no auge. O verde, amarelo e vermelho reinam na mais pequena janelinha… e se a barraca não tem janela, constrói-se uma propositadamente para pendurar a bandeirinha, nem que a cores fiquem ao contrário, tal como o mundo… Porque o que importa é vibrar com a mais bela das bandeiras deste mundial. Um por todos e todos por um, sentimento de pertença a um povo que unido jamais será vencido (?!?!?!?).

Pois então, somos pequenos, mas grandes nos actos e factos que daí decorrem.

Em Portugal, numa terrinha perdida no mapa, pensava eu que nada se passava e que aquela gente só reagia aos Euros e Mundiais. E assim lá fui toda contente para a santa terrinha passar todos os meus dias úteis das 9.00h às 17.30h, pensando que ali nada aconteceria nem que as moscas zumbissem. Pois na minha ingenuidade me enganei. Em qualquer terrinha o impossível dos impossíveis pode acontecer; cenas insólitas dignas de argumento cinematográfico, que só necessitam de efeitos especiais para ficarem perfeitas.
Pois, acreditem ou não, nessa bela terra de quase ninguém, um grupo de autoridade “suprema” realizou rusgas a estabelecimentos que supostamente se dedicavam a tráfico de droga e prostituição. Acontece que numa dessas situações entraram de rompante numa casa particular, encapuçados e armados até aos dentes, chegando depois à conclusão que se tinham enganado na porta. Nem sei como classificar este filme… drama, comédia ou acção? Deixo aqui este ponto em discussão, transmitam a vossa opinião…
Ana Teresa (Natura)

sexta-feira, junho 09, 2006

Prevenção é esta a minha sugestão

Neste país ameno, onde ainda se encontra a tranquilidade junto de fontes límpidas, intervém-se após te meteres na merda. A prevenção vai para os grilos que habitam em Marte. A intervenção para te tirarem do fundo do poço será que esconde minas ocultas, repletas de pedrinhas cintilantes?

Vamos com os marcianos aprender o que é a PREVENÇÃO. É esta a minha sugestão!!!
Ana Teresa (Natura)

sábado, junho 03, 2006

Expressão de uma revolta confusa

Enfrento tufão que arrasa esperança, sonho destruído por nuvem dissipada, castelos de areia que ondas de mar destroem em tom de brincadeira.

Enfrento mar de Inverno desejando que sua força invada minha alma. Deixo-me arrastar pela tua fúria, tornando-me mais forte. Assim se constrói a revolta de uma expressão, revolta da minha alma, revolta da minha função num sítio onde há tanto por arrumar. Não sei como arrumar, não sei como limpar tanta lixeira, nem varrer calçadas de ideias impostas subtilmente.

Apercebes-te do que te impõem, do que te manipulam? Dão-te fome para te dominarem, não te deixam dormir para te cegarem. Nem sequer te deixam respirar, para te abafarem. Teus gritos de desespero não se ouvem, com volume alto de TV a transmitir conversas de merda, hipnotizando teu cérebro para te tornares lerda. Não pensas, não sentes, logo não ages. Acomodas-te ao passar dos dias e olhas tua vida distante que corre mais veloz que o próprio tempo.

Sabes que me ensinaram a viver para a inexistência de um mundo perfeito. Estou aprender ao meu jeito a viver a sua imperfeição, moderando meu sofrimento quando te sinto soltar lágrimas de fúria recalcada. Não denuncias porque preferes esquecer e experimentar o sítio escuro da cegueira, mas bem sabes que não é esse o teu lugar e choras de raiva perdida no desarrumo de todo este mundo…

Dói tanto amar-te Mundo!
Ana Teresa (Natura)

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