quinta-feira, dezembro 27, 2007

Não deixe que a pobreza se transforme em paisagem


"É importante saber que...

- As pessoas sentem maior dificuldade em ver os seus direitos humanos respeitados.

- Se houver pobreza o país não se desenvolve.

- Ser pobre pode fazer com que as pessoas tenham várias necessidades básicas (de conforto habitacional, de acesso à saúde, de acesso à educação e eventualmente ao emprego).
- As pessoas pobres sentem mais dificuldade na utilização dos mesmos serviço públicos e recursos que as outras pessoas.

As pessoas pobres não são pobres:

- Porque os seus pais já eram pobres.

- Porque têm azar na vida.

- Porque são preguiçosas.

As pessoas são pobres porque:

- O Estado tem dificuldade em erradicar a pobreza e a exclusão social.

- Não conseguem ter garantia de acesso aos seus direitos, por exemplo ir ao médico, ir à escola, ter uma casa e ter trabalho.

- A riqueza ou os rendimentos se encontram mal distribuídos.

- Não conseguem falar com os responsáveis do país e dizer aquilo de que precisam.

- Não existem lugares para as pessoas falarem sobre a sua situação e sobre as maneiras de a resolver.

Para acabar com a pobreza é preciso:

- Que todas as pessoas se sintam implicadas na luta contra a pobreza e exclusão social.

- Que todas as pessoas percebam que a pobreza é uma responsabilidade global de toda a sociedade e de cada um de nós.

- Que o Estado e o Governo façam leis para lutar contra a pobreza.

- Que todos os cidadãos possam ter as mesmas oportunidades no exercício dos seus direitos.

Isto inclui-me. É o que devemos pensar quando nos deparamos com a pobreza tão próxima de nós. Um em cada cinco portugueses vive abaixo do limiar da pobreza. Não seja indiferente."

Saiba mais em: http://www.istoincluime.org/

segunda-feira, dezembro 24, 2007

Carta para o Pai Natal - Boss Ac

Este tema poderia ser mais profundo, mas mesmo assim vai ao encontro da minha opinião sobre esta quadra. O Natal é só para alguns. De qualquer forma, desejo um feliz Natal a quem merece!




"Olá Pai Natal
É a primeira vez que escrevo para ti
Venho de Lisboa e o pessoal chama-me AC
Desculpa o atrevimento mas tenho alguns pedidos
Espero que não fiquem nalguma prateleira esquecidos
Como nunca te pedi nada
Peço tudo duma vez e fica a conversa despachada
Talvez aches os pedidos meio extravagantes
Queria que pusesses juízo na cabeça destes governantes
Tira-lhes as armas e a vontade da guerra
É que se não acabamos a pedir-te uma nova Terra
Ao sem-abrigo indigente, dá-lhe uma vida decente
E arranja-lhe trabalho em vez de mais uma sopa quente
E ao pobre coitado, e ao desempregado
Arranja-lhe um emprego em que ele não se sinta explorado
E ao soldado, manda-o de volta para junto da mulher
Acredita que é isso que ele quer
Vai ver África de perto, não vejas pelos jornais
Dá de comer ás crianças ergue escolas e hospitais
Cura as doenças e distribui vacinas
Dá carrinhos aos meninos e bonecas ás meninas
E dá-lhes paz e alegria
Ao idoso sozinho em casa, arranja-lhe boa companhia
Já sei que só ofereces aos meninos bem comportados
Mas alguns portam-se mal e dás condomínios fechados
Jactos privados, carros topo de gama importados
Grandes ordenados, apagas pecados a culpados
Desculpa o pouco entusiasmo, não me leves a mal
Não percebo como é que isto se tornou um feriado comercial
Parece que é desculpa para um ano de costas voltadas
E a única coisa que interessa é se as prendas tão compradas
E quando passa o Natal, dás á sola?
Há quem diga que tu não existes, quem te inventou foi a Coca-Cola
Não te preocupes, que eu não digo a ninguém
Se és Pai Natal é porque és pai de alguém
Para mim Natal é a qualquer hora, basta querer
Gosto de dar e não preciso de pretextos para oferecer
E já agora para acabar, sem querer abusar
Dá-nos Paz e Amor e nem é preciso embrulhar
Muita Felicidade, saúde acima de tudo
Se puderes dá-nos boas notas com pouco estudo
Desculpa o incómodo e continua com as tuas prendas
Feliz Natal para ti e já agora baixa as rendas!"

Boss Ac, 2005

segunda-feira, dezembro 17, 2007

"Le printemps" - Natacha Atlas

Esta música é de 2003. Ouvi-a esta semana e nem consigo descrever a emoção que despoletou em mim. Para quem quiser ouvir, flutuar e aguardar que a Primavera regresse para todo o sempre...

sexta-feira, dezembro 14, 2007

Sei que um dia o mundo será perfeito

Sei que um dia o mundo será perfeito, o paraíso para a minha alma desorientada.

Sei que um dia existirás para mim. Sei que sorrirei e farei da vida o meu modo de presença mais simples. Canso-me, paro por momentos exausta, recupero o fôlego e continuo a procura pela metade da minha alma. Só assim a minha vida fará algum sentido. Sei que estás por aí. Não sei onde, não sei como, não sei quem. Sinto apenas que existes, porque amo tanto essa parte de mim que desconheço. Existes sempre e já é tempo de me encontrares.

Juro-te que o mundo será perfeito, no seu modo mais simples: o amor!


Ana Teresa P. Lousada

segunda-feira, dezembro 10, 2007

Sucumbo a esta dor

Largo a branca para recuperar meus filhos, para logo num segundo me agarrar ao alívio de ressaca daquela castanha. Não é prazer que me dá. É o alívio que me concede. Estou no fundo, no degredo, sucumbindo à dor daquele amor que receio perder. Sinto-me a perder a razão de viver e deixo-me invadir pela dor física. Não aguento, não aguento, não aguento! Dá-me a castanha e o resto que se foda. Dor física, dor de coração, vida de merda que me deram. Atiraram-me a ela, como a uma fera, sem me perguntarem opinião. Ah! Se eu soubesse o que era a vida antes de nascer, voltaria para o ventre de minha mãe até desaparecer. Foi este o destino que me traçaram? Foi castigo que me deram, por ter errado em outra vida? Fui eu simplesmente que construí aquilo que sou? Não sei, digo apenas o que desde sempre me deu meu pai: aquela violência gratuita que nunca compreendi. Terá sido a forma que encontrou para dizer que amava seus filhos? Será a violência que gera violência? Serão os pais alcoólicos que criam em seus filhos uma tendência para o vazio, que tento colmatar com o consumo de outras substâncias? Então, se assim for, porque é que meu irmão foi mais resistente? Preciso de respostas para todas as minhas perguntas. Preciso que meus filhos me continuem a ver como mãe e que me amem sempre. Sei que não conseguirei cuidar deles, sem primeiro conseguir cuidar de mim, não preciso que me digam e que me imponham tal regra. Mas não deixa de doer, porque os amo desde o primeiro dia de concepção. A sua vida dependeu da minha, assim como a minha depende de todo o seu amor.
Minha menina, minha filha, meu anjo, todos os dias olho a tua fotografia. Fazes três anos este mês. Olha para mim e diz o que vês. És pequenina e não compreendes? Digo eu que me chamam drogada, mas sou tua mãe! Por isso, quando acordares, peço que não deixes de me amar!
Ana Teresa P. Lousada

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