Vence-me o monstro

Corro, corro, corro, por entre a escuridão e quase morro, porque me dói o coração. Dói a solidão em que me embrenho. Não existe luz, assusto as estrelas e a lua de mim se distancia. Estou escura, sombria, quase sou treva. Levanto-me e não sorrio, apenas sinto o vazio gelar as minhas lágrimas que escasseiam.
Luto para quê? Pelo quê? Para quem? Para mim? Será para mim! Porquê? Sou descartável, sou longevidade dos meus semelhantes.
Vence-me o monstro, arrasta-me pela densa floresta e a luz mais ténue desaparece progressivamente.
Só, jamais existirei.
Luto para quê? Pelo quê? Para quem? Para mim? Será para mim! Porquê? Sou descartável, sou longevidade dos meus semelhantes.
Vence-me o monstro, arrasta-me pela densa floresta e a luz mais ténue desaparece progressivamente.
Só, jamais existirei.
Ana Teresa Pinto Lousada