terça-feira, maio 27, 2008

Vence-me o monstro


Corro, corro, corro, por entre a escuridão e quase morro, porque me dói o coração. Dói a solidão em que me embrenho. Não existe luz, assusto as estrelas e a lua de mim se distancia. Estou escura, sombria, quase sou treva. Levanto-me e não sorrio, apenas sinto o vazio gelar as minhas lágrimas que escasseiam.

Luto para quê? Pelo quê? Para quem? Para mim? Será para mim! Porquê? Sou descartável, sou longevidade dos meus semelhantes.

Vence-me o monstro, arrasta-me pela densa floresta e a luz mais ténue desaparece progressivamente.

Só, jamais existirei.
Ana Teresa Pinto Lousada

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