A consciência da verdade
Inês,
Percebo agora a tua opção pela libertação, a tua lucidez, a tua pertença a outro lado.
A dimensão a que chamamos vida perde todo o seu esplendor, quando nos tornamos demasiado conscientes e permeáveis, demasiado emotivos e vivos. Cansa viver por entre emoções e afectos que um dia se esvanecem, como que uma miragem em pleno deserto. Imagina mesmo isso: encontras-te perdida no deserto, a tua necessidade é saciar a sede e, como tal, o teu cérebro fabrica aquela miragem de oásis, na ânsia de satisfazer esse desejo primário. É falso, é falso, é a mente deturpada que te engana, perante as adversidades sem fim à vista. Pretendes viver, mas tudo o que te rodeia parece que vai ruir a qualquer momento. Parece contraditório: embora estejas convicta da tua consciência sobre a verdade das coisas, vês tudo baço e turvo e desacreditas o que surge a posteriori. Isolas-te então e a tua mente vai perdendo a lucidez, assim pouco a pouco. Preferes perder a consciência em vez de continuar a ver aquela verdade que te magoa.
E sabes qual é a verdade que eu descobri? As pessoas e os seus sentimentos são descartáveis. A importância de alguém é meramente psicológica e, por isso, facilmente manipulada pela imaginação. Para que entendas o que quero dizer, tentarei dar um exemplo: imagina, por exemplo, que esperas socorro após um naufrágio. Surge um barco, lançam-te uma bóia e um colete de salvação; sentes que tua vida será salva. No entanto, à medida que nadas tentando alcançar a bóia e o colete começas a aperceber-te que o barco se vai afastando. Tu não entendes o que se está a passar e imploras que esperem até perderes a voz de tanto gritar, mas ninguém te ouviu, nem te viu.
- “ Porquê?”- perguntas.
- “Eles não perceberam que eu era alguém. Consideraram-me um objecto sem vida e por isso se afastaram.” - responde a tua mente, não muito convicta.
Mas tu depressa te aperceberás da verdade que nunca saberás. Nunca! Nunca! Ficarás nesse mar alto de desorientação e mágoa, sentindo-te como um objecto descartável, igual a papel higiénico a boiar, por não teres percebido a atitude daquelas pessoas que te poderiam salvar e assim proporcionarem-te uma segunda oportunidade de vida.
A todos esses, Inês, manda-os à merda e salva-te como puderes. Ah! Esqueci-me que já o fizeste, pondo em prática processo de libertação.
Percebo agora a tua opção pela libertação, a tua lucidez, a tua pertença a outro lado.
A dimensão a que chamamos vida perde todo o seu esplendor, quando nos tornamos demasiado conscientes e permeáveis, demasiado emotivos e vivos. Cansa viver por entre emoções e afectos que um dia se esvanecem, como que uma miragem em pleno deserto. Imagina mesmo isso: encontras-te perdida no deserto, a tua necessidade é saciar a sede e, como tal, o teu cérebro fabrica aquela miragem de oásis, na ânsia de satisfazer esse desejo primário. É falso, é falso, é a mente deturpada que te engana, perante as adversidades sem fim à vista. Pretendes viver, mas tudo o que te rodeia parece que vai ruir a qualquer momento. Parece contraditório: embora estejas convicta da tua consciência sobre a verdade das coisas, vês tudo baço e turvo e desacreditas o que surge a posteriori. Isolas-te então e a tua mente vai perdendo a lucidez, assim pouco a pouco. Preferes perder a consciência em vez de continuar a ver aquela verdade que te magoa.
E sabes qual é a verdade que eu descobri? As pessoas e os seus sentimentos são descartáveis. A importância de alguém é meramente psicológica e, por isso, facilmente manipulada pela imaginação. Para que entendas o que quero dizer, tentarei dar um exemplo: imagina, por exemplo, que esperas socorro após um naufrágio. Surge um barco, lançam-te uma bóia e um colete de salvação; sentes que tua vida será salva. No entanto, à medida que nadas tentando alcançar a bóia e o colete começas a aperceber-te que o barco se vai afastando. Tu não entendes o que se está a passar e imploras que esperem até perderes a voz de tanto gritar, mas ninguém te ouviu, nem te viu.
- “ Porquê?”- perguntas.
- “Eles não perceberam que eu era alguém. Consideraram-me um objecto sem vida e por isso se afastaram.” - responde a tua mente, não muito convicta.
Mas tu depressa te aperceberás da verdade que nunca saberás. Nunca! Nunca! Ficarás nesse mar alto de desorientação e mágoa, sentindo-te como um objecto descartável, igual a papel higiénico a boiar, por não teres percebido a atitude daquelas pessoas que te poderiam salvar e assim proporcionarem-te uma segunda oportunidade de vida.
A todos esses, Inês, manda-os à merda e salva-te como puderes. Ah! Esqueci-me que já o fizeste, pondo em prática processo de libertação.
Ana Teresa P. Lousada
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