segunda-feira, outubro 16, 2006

O que fazer se me sentir pouco à vontade para lidar com o assunto?

Sinto-me pouco à vontade com o assunto. Como lidar com a situação?

(…) Podemos dar grandes passos no contributo para a redução das taxas de suicídio começando por aceitar as pessoas tal como elas são, acabando com os tabus sociais falando sobre as ideias de suicídio, e dizendo às pessoas que é legítimo equacionarem o suicídio quando se sentem no limite. Só o facto de falarem sobre o que sentem ajuda a reduzir a sua angústia, começando a ver outras opções e reduzindo as probabilidades de tentativa de suicídio.

Se acha que está perante um potencial suicida

Existem pessoas a quem um suicida pode recorrer para pedir ajuda; se sabe de alguém com comportamentos suicidários ou se se sente um potencial suicida, procure quem possa prestar ajuda, não desistindo nunca antes de alguém o ouvir. Uma vez mais, a única forma de saber se alguém tem comportamentos suicidários é perguntando e analisando a sua resposta.

Os suicidas, como todas as restantes pessoas, necessitam de amor, compreensão e apoio. Por norma, mas erradamente, não se pergunta de forma directa "Sentes-te tão mal que já pensaste no suicídio?". Afastarem-se dos outros aumenta o isolamento que sentem e a probabilidade de tentativa de suicídio. Perguntar se pensam em comportamentos suicidários tem, como efeito, permitir o direito a sentirem tais ideias, reduzindo o seu isolamento; se têm comportamentos suicidários verificam que outras pessoas entendem a forma como se sentem, que compreendem os seus sentimentos e a sua dor psicológica.

Se alguém que conhece lhe diz que tem intenção de cometer suicídio, acima de tudo, escute-o. Depois escute mais. Diga-lhe "eu não quero que morras". Esteja disponível para ouvir os seus sentimentos e tente estabelecer um "pacto de não-suicídio": peça-lhe que prometa que não vai cometer suicídio e que quando sentir que tem vontade de se magoar que não faça nada sem antes falar consigo ou com alguém que o possa apoiar. Leve-os a sério e fale deles a alguém com habilitações para os ajudar, tal como um médico no Centro de Saúde da comunidade, a um Psicólogo, a um assistente social, etc. Se apresentarem fortes indícios suicidas e falarem consigo poderá necessitar de os levar a um departamento de emergência hospitalar.

Não tente "salvá-los" nem transpor para si as suas responsabilidades, nem tente ser herói tentando resolver a situação por conta própria. Pode prestar uma ajuda mais preciosa, referindo estes casos a quem está habilitado a proporcionar-lhes a ajuda de que necessitam, podendo continuar a prestar-lhes o seu apoio e lembrando-lhes que o que lhes acontecer é inteiramente da responsabilidade deles. Procure, também, algum apoio para si ao tentar obter apoio para eles; não tente salvar o mundo sozinho. Se não sabe para onde se virar, há sempre uma linha telefónica anónima ou o Número Nacional de Socorro 112 que funciona 24 horas por dia com pessoal habilitado na prevenção do suicídio que poderá ajudá-lo.


Conversar, conversar, conversar. Como pode uma conversa ajudar?

Embora não sendo solução, perguntar a alguém e fazê-lo falar sobre o que sente atenua significativamente os seus sentimentos de isolamento e angústia, reduzindo, assim, o risco imediato de tentativa de suicídio. Quem se interessa pode ter relutância em falar sobre o suicídio por ser um assunto tabu.

É importante procurar ajuda para a resolução dos problemas, o mais rápido possível, sejam eles emotivos ou psicológicos. Quem já tentou o suicídio corre o risco de o voltar a tentar, pelo que é importante o tratamento de sequelas antigas, com a ajuda de profissionais médicos ou apoio.

Alguns assuntos poderão nunca ser completamente resolvidos com o apoio, mas um psicoterapeuta poderá ajudar a lidar pela positiva com os problemas presentes e ensinar a desenvolver métodos e estratégias para lidar com problemas futuros.
Fonte: Sociedade Portuguesa de Suicidologia

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