sexta-feira, outubro 13, 2006

3. Saber mais sobre o suicídio: algumas questões frequentes

Se o suicídio o atormenta, se a dor psicológica se está a tornar insuportável, procure ajuda!
Existem inúmeras pessoas prontas para lhe prestar toda a ajuda necessária, respeitando as suas ideias, as suas crenças, os seus problemas, respeitando acima de tudo o seu valor enquanto pessoa.
Os comportamentos suicidários e os comportamentos de risco, constituem um dos maiores flagelos da nossa sociedade contemporânea. (…)
Porquê que alguém tenta o suicídio?
Normalmente o suicídio é equacionado como forma de acabar com uma dor emocional insuportável causada por variadíssimos problemas. É frequentemente considerado como um grito de pedido de ajuda. Alguém que tenta o suicídio está tão aflito que é incapaz de ver que tem outras opções: podemos ajudar prevenindo uma tragédia, se tentarmos entender como essa pessoa se sente e ajudá-la na procura de opções e soluções. Os suicidas sentem-se com frequência isolados; devido à sua angústia, não conseguem pensar em alguém que os ajude a ultrapassar este isolamento.
Na maioria dos casos quem tenta o suicídio escolheria outra forma de solucionar os seus problemas, se não se encontrasse numa tal angústia que o incapacita de avaliar as suas opções objectivamente. A maioria das pessoas que opta pelo suicídio dá sinais de esperança de serem salvas, porque a sua intenção é parar a sua dor e não por termo à sua vida. A este facto dá-se o nome de ambivalência.
Os suicidas são "loucos"?
Não. Ter pensamentos suicidas não implica ser-se “louco”, nem necessariamente ser doente mental. As pessoas que tentam o suicídio estão seriamente afligidas e deprimidas. Esta depressão pode ser reactiva, situação que é perfeitamente normal em circunstâncias difíceis, ou pode ser uma depressão endógena que é o resultado de uma doença mental diagnosticável com outras causas subjacentes. Também pode ser uma combinação das duas.
"Pensamentos e actos suicidas podem ser o resultado de tensões e perdas com as quais não se consegue lidar.
Numa sociedade onde o estigma e ignorância acerca da doença mental é significativo, a pessoa que experimenta comportamentos suicidários pode temer que os outros a considerem "louca" se revelarem os seus sentimentos, tornando-se relutantes em pedir ajuda durante a crise que atravessam. De qualquer forma, descrever alguém como "louco", com fortes conotações negativas, não é, provavelmente, útil e o mais provável é dissuadir alguém de procurar ajuda o que se pode revelar bastante benéfico, independentemente de ser diagnosticada doença mental ou não.
As pessoas que sofrem de uma doença mental tal como a esquizofrenia ou depressão clínica têm índices significativamente mais altos de suicídio, embora sejam ainda uma minoria dos que tentam tal acto. Para estas pessoas, ter a sua doença correctamente diagnosticada, com um tratamento apropriado, pode ser uma forma de impedir o acto de suicídio." (citação retirada de "Hearing the cry: Suicide Prevention", Appleby e Condonis, 1990).
Falar sobre suicídio não encoraja o acto?
Depende dos aspectos que se aborda na conversa. Falar sobre os sentimentos que cercam o suicídio pode levar ao entendimento e reduzir grandemente a angústia imediata de uma pessoa suicida. Não é um erro perguntar-se a alguém se equaciona a ideia de suicídio como uma opção válida se suspeita que essa pessoa não está a conseguir lidar com o seu tormento. Se a pessoa o confessa, pode ser um grande alívio ver que outra pessoa tem uma ideia de como se sente.
Esta pode ser uma pergunta difícil, pelo que aqui se deixam algumas abordagens possíveis:

"Nesse teu sofrimento, estarás a considerar o suicídio?"
"Parece-me muita coisa para ser suportada; pensaste no suicídio como forma de fuga?"
"Toda a dor que sentes fez alguma vez pensar em magoares-te?"
"Alguma vez pensaste em deixar tudo?"
O modo mais apropriado de abordar o assunto difere de acordo com a situação, e com a confiança entre as pessoas envolvidas. É, também, importante ter em consideração a totalidade da resposta dada pois a pessoa angustiada tende a dizer "não", mesmo que queira dizer "sim". A pessoa que não se sente atraída pelo comportamento suicidário é, normalmente, capaz de transmitir um “não” seguro prosseguindo a conversa apresentando os motivos que a levam a querer viver. Também pode ser útil perguntar-lhe o que faria se estivesse a considerar, seriamente, cometer suicídio, para o caso de, futuramente, apresentar comportamentos suicidários ou caso os tenha e não se sinta à vontade para os revelar.
Falar exclusivamente sobre formas de como cometer suicídio pode dar ideias às pessoas que tenham comportamentos suicidários, mas que ainda não pensaram em como os concretizar. Os relatos de imprensa que se concentram unicamente nos métodos usados e ignoram o panorama emotivo que está por detrás do acto, podem tender a encorajar à imitação de métodos suicidas.
Fonte: Sociedade Portuguesa de Suicidologia

2 Comments:

Blogger PP said...

Como sempre.... magnifico...

Vê sê postas todos os dias... já nao consigo passar sem fazer uma visita diária

14 outubro, 2006 03:11  
Blogger PP said...

The following list gives more examples, all of which can be signs that somebody is contemplating suicide. Of course, in most cases these situations do not lead to suicide. But, generally, the more signs a person displays, the higher the risk of suicide:

Behaviors

* Crying
* Fighting
* Breaking the law
* Impulsiveness
* Writing about death and suicide
* Changes in behavior

Physical Changes

* Lack of energy
* Disturbed sleep patterns - sleeping too much or too little
* Loss of appetite
* Increase in minor illnesses
* Lack of interest in appearance

Thoughts and Emotions

* Thoughts of suicide
* Loneliness - lack of support from family and friends
* Rejection, feeling marginalized
* Deep sadness or guilt
* Unable to see beyond a narrow focus
* Daydreaming
* Anxiety and stress
* Helplessness
* Loss of self-worth

14 outubro, 2006 03:14  

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